Grêmiopédia
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A Copa do Brasil foi criada em 1989 pela CBF como caminho alternativo para a Taça Libertadores da América sendo disputada em sistema de mata-mata pelos campeões estaduais (e os vices dos estados mais importantes). Este cenário (a fórmula de disputa favorita e o prêmio favorito) transformaram o torneio no preferido de grande parte da torcida gremista, além do torneio nacional mais vezes vencido pelo clube.

o primeiro título: 1989

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A foto do primeiro time campeão, em 1989

Logo na primeira edição, o Grêmio mostrou como seria a sua relação com o torneio, conquistando-o de forma invicta.

Na primeira fase o tricolor eliminou o campeão do Espírito Santo, o Ibiraçu, com duas vitórias: 1X0 no Marcão (estádio do Ibiraçú) e 6X0 no Olímpico.

Durante as oitavas de final, ocorreu um fato inusitado. O tricolor foi até Cuiabá, no Mato Grosso, enfrentar o Mixto ganhando por respeitosos 5X0. Os matogrossenses, então, desistiram de ir até Porto Alegre jogar a partida de volta classificando o Grêmio automaticamente para as quartas de final da competição.

Nas quartas de final o adversário foi o Bahia que, como os adversários anteriores não conseguiu vazar a defesa gremista comandada pelo brilhante goleiro Mazarópi. Por sua vez, o imortal, fez um gol na Fonte Nova e dois em casa deixando para trás o campeão bahiano.

O primeiro gol sofrido na competição viria logo nos minutos iniciais da semi-final, no primeiro jogo (disputado no Maracanã) entre Grêmio e Flamengo, foi marcado por Sérgio Araújo. Ainda no primeiro tempo o rubro-negro carioca aumentaria a vantagem com um gol de Nando. O Grêmio, porém empataria com Paulo Egídio e Luiz Eduardo. No jogo de volta, então, o Grêmio protagonizaria mais uma goleada vencendo os cariocas por 6X1. Apesar disso, o primeiro tempo do jogo acabaou apenas 1X0 para o tricolor dos pampas com gol marcado por Cuca aos 23 minutos. Quando o Olímpico esperava um jogo truncado e difícil, uma chuva de gols apareceu para colocar o Grêmio nas finais do torneio. Paulo Egídio aos 4, Almir um minuto depois, Cuca aos 28, Paulo Egídio novamente aos 31 e Assis aos 42 deram forma à goleada. Renato ainda descontou aos 35 para o time da Petrobrás.

Chegara então a hora de decidir o título. O oponente seria o Sport Clube do Recife, que conquistara a vaga na final eliminando Fortaleza, Guarani, Vitória e Goiás. Na primeira partida, sob o olhar de 36 mil espectadores na Ilha do Retiro os times não sairam do 0X0 o que deixando o tricolor em ligeira vantagem por decidir o título em casa. No dia 02/09/1989 o Olímpico lotou para ver o time decidir mais um título nacional. Com gols de Assis aos 9 min do primeiro e de Cuca aos 7 min do segundo tempo o Grêmio conquistara a primeira Copa do Brasil de sua história.

A primeira eliminação na regra: 1990

O Grêmio chegou à competição como favorito, credenciado pelo título no ano anterior. Passou com relativa facilidade pelo vice-campeão catarinense, o Joinville. Os resultados foram 1X1 fora de casa e 3X1 em Porto Alegre. Nas oitavas de final o adversário seria o São Paulo que conseguiu arrancar um empate em 1X1 no Olímpico. No jogo de volta um empate em 0X0 classificou os paulistas para a fase posterior do torneio pela regra do saldo qualificado. Como se viu, o Grêmio estava invicto desde a criação do torneio e, mesmo assim, fora eliminado.


Felipão e Grêmio na final, mas em lados opostos: 1991

O Grêmio chegou perto de conquistar o título neste ano. Na primeira fase o time enfrentou o campeão paraíbano Auto Esporte, time com nome de revista, vencendo exatamente pelos mesmos placares das quartas de final de 1989 contra o Bahia 1X0 e 2X0 fora e em casa, respectivamente. Repetiria esses escores ainda na fase seguinte contra o Fluminense de Feira de Santana, então vice-campeão bahiano.

Nas quartas de final o tricolor enfrentou o Corinthians e, a despeito da eliminação por um paulista no ano anterior, saiu do Pacaembu com um empate em um a um no jogo de ida. Em Porto Alegre a história seria diferente e o time gremista faria impor sua superioridade vencendo por 2X1.

Para a semi-final o adversário seria o Coritiba, atual vice-campeão paranaense. Novamente o Grêmio empatou o primeiro jogo, realizado fora de casa, em 1X1. No jogo de volta, outro placar apertado deu ao imortal a passagem para a final do torneio. Uma vitória de 1X0 no dia 25/05/1991.

Partiriamos, então, para a final. O adversário seria o Criciúma da cidade catarinense de mesmo nome, treinado por luiz Felipe Scolari (técnico que já passara pela Azenha em 1987, conquistando o Gauchão do mesmo ano). A primeira partida foi realizada no Olímpico e acabou empatada em 1X1 com gols de Vilmar para os catarinenses e de Maurício para os gaúchos. No jogo de volta, realizado no acanhado estádio Eriberto Hulse o time da casa precisava apenas empatar em 0X0 para conquistar a taça. E foi o que aconteceu. Mais uma vez o Grêmio sairia invicto da competição, mesmo sem conquistar o título.


A primeira derrota: 1992

Para o ano de 1992, o time enfrentou o Ji-Paraná na primeira fase vencendo os dois confrontos por largos placares 4X0 fora e 4X1 em casa. Logo nas primeira partida das oitavas de final o então recém criado time do Paraná conquistara um feito até então inédito. Saiu vitorioso frente ao Grêmio na Copa do Brasil. O placar, foi um magro 1X0. No jogo de volta o tricolor gaúcho venceria por 2X1 e passaria a fase posterior se valendo, pela primeira vez, da "regra do gol fora".

Infelizmente, nas quartas de final, o time foi eliminado nos pênaltis pelo Internacional após dois empates em 1X1.


O segundo vice: 1993

1993 marcaria a volta do grêmio às decisões da Copa do Brasil. Na primeira fase o time jogou com o campeão Mato grossense, equipe com o simpático nome de Sorriso. Mas nem todos os sorrisos causados no Mato Grosso pelo 1X1 na primeira partida foram capazes de segurar o Grêmio no Olímpico. O tricolor acabou por vencer por 5X2.

O próximo desafio seria contra o União Bandeirante, vice-campeão do Paraná. Na primeira partida, em Bandeirantes, o tricolor praticamente enterrou as chances dos paranaenses com uma vitória por 4X0. Sem fazer muito esforço o time venceu por 2X1 em Porto Alegre.

O confronto nas quartas de final, seria contra aquele que nos anos posteriores se apresentaria como maior rival gremista no plano nacional. O Palmeiras, que chegara até ali por ser vice campeão paulista, tendo eliminado durante o torneio o 4 de Julho, do Piauí e o Vitória da Bahia. Os confrontos acabaram empatados em 1X1 o que levou a mais uma decisão por pênaltis. Foram muitos os pênaltis batidos, resultando em um placar pouco usual de 7X6 mais uma vez para os gaúchos.

Então, mais uma semi-final contra o Flamengo se apresentou para os bravos guerreiros gremistas. Nos rubro-negros ainda restavam as feridas da goleada de 1989. Para os gremistas, apenas a classificação para a final importava. E foi o que acabou acontecendo mesmo com a derrota no primeiro jogo (realizado no Rio de Janeiro) por 4X3, ao final prevaleceu a tradição gremista em jogos de mata-mata com o clube da Azenha se classificando às finais após vitória em casa pelo placar simples.

Novamente o Grêmio FBPA estava na final da Copa do Brasil. Mantendo uma incrível média de uma final a cada dois anos no torneio o time de Porto Alegre pegaria o Cruzeiro de Minas Gerais na luta pela Copa. O primeiro jogo terminou com um empate sem gols. No segundo, em Belo Horizonte, os gols saíram cedo. Aos 12 e aos 25 do primeiro tempo, por Roberto Gaúcho do Cruzeiro e Pingo do Grêmio, respectivamente. O placar daria o título ao tricolor gaúcho, porém Cleisson aos 20 do segundo pesou a balança a favor do Cruzeiro. Pela segunda vez, os azuis de Porto Alegre ficaram com o vice campeonato.


O Bi-campeonato: 1994

Em 1994, finalmente, após duas "batidas na trave" a Copa do Brasil voltaria para o time mais copeiro do Brasil. A caminhada começou de cara com uma "revanche". O Criciúma, que surpreendera em 1991, seria o primeiro adversário. O primeiro jogo, no mesmo Heriberto Hülse de 91, teve um placar que daria ao Grêmio o título naquela ocasião: 2X2. Os gols foram marcados por Carlinhos e Gílson para o tricolor gaúcho e por Roger e Vilmar para os catarinenses. A volta seria em Novo Hamburgo. Mesmo assim, com dois gols de Carlinhos o Grêmio se classificou para a fase posterior.

O novo adversário seria o Corinthians Paulista. O primeiro confronto se deu em Porto Alegre. Após um primeiro tempo sem gols, os gremistas Gílson e Fabinho, marcaram deixando a vantagem com o tricolor. No jogo de volta, em São Paulo, um gol de Henrique logo aos 50 segundos não foi capaz de parar o imortal que, antes dos 20 já empatara com Nildo. Marcelinho Carioca, ídolo do Corinthians, tentaria armar uma reação aos 40 do primeiro tempo marcando o gol de empate. Mas a terceira derrota gremista da história da competição, a despeito dos esforços do adversário não se concretizaria com Fabinho empatando logo no começo do segundo tempo. Placar final:2X2

Mais um adversário forte no caminho do Grêmio, o Vitória da Bahia então vice-campeão nacional, foi eliminado por duas vitórias simples. No primeiro jogo, no Monumental, com gol de Agnaldo e no segundo com gol de Nildo, na Fonte Nova.

Havia o Vasco agora pela frente. Um pequeno público assistiu um empate sem gols que deu a vantagem, para o Grêmio de poder empatar por qualquer placar com gols no jogo da volta. Essa vantagem, contudo, não foi "utilizada". O tricolor venceu por 2X1, com dois gols do bigodudo Nildo contra um de Pimentel para o Vasco. Curiosamente, mesmo estando em campo na duas partidas o futuro ídolo tricolor Jardel não anotou nenhum gol. Seguiam, então, em frente os gaúchos para enfrentar um adversário pouco tradicional na final: O Ceará.

Talvez existisse um medo entre a torcida, de que se repetisse os anos anteriores e o título fosse parar longe da Azenha. Não foi o que ocorreu. No primeiro jogo da final (realizado no Castelão), no domingo 7 de agosto de 1994, um empate sem gols em frente a mais de 50 mil torcedores mantinha acesas as esperanças dos dois clubes para o jogo de volta realizado apenas três dias depois em Porto Alegre. Logo aos três minutos de jogo, Nildo marca o gol do título e instaura a festa pelos quatro cantos do Rio Grande do Sul. A começar pelos 49.263 torcedores presentes.

Em 1995 o Grêmio seria o primeiro time classificado pela Copa do Brasil a erguer o título da Libertadores.

1995, Os campeões da América em um ano copeiro

No ano em que conquistou o bi-campeonato da América, o tricolor quase chegou ao tri na Copa do Brasil. Em mais uma prova de "copeirismo" o time chegou às finais sendo derrotado pelo futuro campeão dos jogos mundiais de verão, Corithians Paulista. A campanha começou no Espirito Santo contra a Desportiva Capixaba, vitória lá pelo placar mínimo e no Olímpico por 2X1. A partir daí o Grêmio iria contra o eixo até o final. O primeiro time a cair foi o Palmeiras, "rival" da época. Que não ganhava uma do imortal, mas protagonizava belos duelos em campo. 1X1 em Porto Alegre e 2X2 em São Paulo nos garantiram na fase seguinte pelo saldo qualificado. Nas quartas de final, enfrentamos o São Paulo. O primeiro jogo, na cidade que cede o nome ao clube 1X1. Prenuncío de quem seria o classificado. 2X0 em porto alegre e malas prontas para as semi-finais. A seguir viria o Flamengo, o time mais ajudado do Brasil. Dessa vez sem Andrade para tirar a bola de dentro do gol com a mão o clube carioca não resistiu ao bravo sangue gaucho do tricolor. 2X1 contra no Rio e 1X0 no Monumental nos garantiram, regulamento sob o braço, na final. Envolvido na disputa do mais importante torneio da América, o time da terra dos farrapos perdeu para os paulistas do Corinthians (vulgo timão, devido a forma de seu simbolo) nos dois jogos. Mas, felizmente, 1995 foi muito melhor para o GFBPA do que para o SCCP

1996, depois de inúmeras tentativas, o Palmeiras supera o Tricolor

O tricolor começou esta inchada Copa do Brasil já na segunda fase. Duas vitórias contra o Operário (1X0 e 3X1) nos classificaram para enfrentar o Atlético Paranaense na Fase seguinte. 1X1 Em Curitiba e outro 3X1 em Porto Alegre determinaram que o time das três cores devia seguir adiante. Nas quartas-de-final houve a reedição do duelo da final de 1991. Mas dessa vez o tricolor passou adiante deixando o Criciúma pelo caminho. 1X1 em Santa Catarina e 2X0 no Rio Grande do Sul. O Palmeiras finalmente lograria bater o Grêmio em um mata-mata na fase seguinte. 3X1 para eles em São Paulo, 2X1 para nós em casa. Talvez isso tenha deixado o clube tão satisfeito que perderia a final para o Cruzeiro.

1997, O Maracanazo Tricolor

O Grêmio começava 1997 de forma diferente dos anos anteriores. Haviam saído Jardel, Felipão, Adílson e Fábio Koff. O Presidente era o Cacalo, o treinador o Evaristo de Macedo.

A campanha do tri começou com duas vitórias sobre o maior rival do vice-campeão do bi. 3X2 e 3X1 sobre o Fortaleza na primeira fase. Nas oitavas de final, o tricolor jogaria contra o mesmo adversário da final do campeonato brasileiro do ano anterior, a Portuguesa. Vitória fora por 2X1 e empate em casa e estavamos habilitados a pegar o Vitória, pelas quartas-de-final. Nesta fase começamos com um 3X0 no Olimpico e terminamos de eliminar os baianos com um empate com seis gols no Barradão.

As semi-finais, teriam quatro dos maiores times do país. Enquanto Flamengo e Palmeiras se enfrentavam em uma das chaves (onde os alvi-verdes não fizeram gols enquanto os rubro-negros venciam com 1 e 2 gols) e Grêmio e Corinthians habitavam outra. Placares apertados, uma vitória por 2X1 e um empate por 1X1 colocaram o Imortal a fazer a final da competição novamente, desta vez contra o Flamengo.

No primeiro jogo, em Porto Alegre, um empat,,,,,e sem gols não agradou nem aos gaúchos (q em casa nada menos que a vitória poderiam esperar) nem aos cariocas (que não teriam a vantagem do empate em casa graças ao critério de desempate do gol fora).

No Rio, contra uma animada massa de flamenguistas, parecia muito difícil outro resultado que não fosse o título para os cariocas. Porém, times de azul vindos do sul do continente causam certos calafrios na torcida pelo Brasil inteiro graças ao bravo Uruguay de 1950. Pois, talvez com o espírito do esquadrão celeste do bicampeonato, o Grêmio foi pra cima e logo no comecinho do jogo (aos seis minutos) marcou o primeiro com João Antônio. Estava quieto o Maracanã. Como nada pode ser assim tão simples entre grandes clubes o time rubro-negro conseguiu o empate com Lúcio aos trinta e, ainda, a virada com o Romário pouco antes do final do primeiro tempo.

Como em 1950, o placar era 2X1. Porém, existiam coisas diferentes. A vantagem do empate era azul apesar do placar estar para o lado errado. Um segundo tempo tenso se jogou até que, aos 34 um novo Ghiggia entrava em ação. Carlos Miguel marcava, no mesmo minuto de jogo que 47 anos antes havia ficado gravado na memória nacional e calava as vozes do Maracanã.

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